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Licença Social para Operar:
conquista vale para todas as empresas

Percepção negativa afeta a perda de liderança e promove abalos significativos na reputação e na credibilidade.

CLÁUDIA ROMARIZ - Top de Marcas Londrina 2023 - 23/11/2023

Gerenciar relacionamentos, que inclui também a gestão de conflitos com as comunidades, é algo que as empresas e organizações têm percebido como sendo cada vez mais necessário e importante no âmbito da boa convivência com os públicos em geral. Carlos Parente, sócio consultor da Midfield Consultoria e professor da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), vai além, destacando a importância da conquista da Licença Social para Operar (LSO), mas lembrando que não se trata de um documento formal, mas sim um reconhecimento tácito.

 “Quando falamos em LSO, estamos nos referindo a um modo de pensar os impactos sociais de um negócio ou uma operação baseada no reforço dos laços de confiança entre empresa e as comunidades. É uma visão de relacionamento que tem por base as relações de longo prazo. A Licença Social para Operar reconhece as relações de poder existentes entre os grupos sociais e procura entender seus projetos de longo prazo – e não apenas seus interesses momentâneos –, valorizando cidadania corporativa, transparência e práticas de compliance”, afirmou.

 Nesse cenário, a LSO propõe uma comunicação clara de direitos e responsabilidades entre empresa e seus públicos de relacionamento, com o compromisso mútuo de se entregar os resultados prometidos em direção à criação de confiança. “É cada vez mais comum que empresas e organizações de diversos setores, tamanhos e maturidades do negócio busquem essa “aprovação” da sociedade para exercer suas atividades. A LSO vai além das licenças formais, burocráticas e legais específicas exigidas para cada setor ou empreendimento, e é dada com diversos graus de formalidade pela sociedade”, destacou Parente.

Os passos para o alcance da LSO

Os primeiros passos são mapear e conhecer os stakeholders da empresa ou organização, avaliar suas expectativas e analisar os cenários e os impactos adjacentes. “É de suma importância conhecer e avaliar os impactos causados pelas operações, bem como entender como os públicos de relacionamento sentem (ou não sentem) esses impactos, sendo possível traçar uma fotografia de como a empresa é percebida pela sociedade”, salientou.

 Desta forma, o caminho para conseguir a Licença Social para Operar pode variar com o contexto específico de atuação, o setor e as comunidades em que a empresa está inserida, e Parente enumera passos gerais para aumentar a possibilidade de obter a LSO:

  1. Faça uma avaliação dos impactos socioambientais do seu negócio. Entenda os impactos que o seu negócio pode ter sobre as comunidades e o meio ambiente;
  2. Elabore um plano de ação para mitigação dos impactos negativos. Esse plano deve incluir medidas para proteger a saúde e a segurança da comunidade, preservar o meio ambiente, promover o desenvolvimento sustentável e atuar de maneira responsável;
  3. Engaje-se com as partes interessadas. É importante envolver colaboradores, clientes, parceiros, fornecedores, comunidades, órgãos reguladores e demais públicos no processo de desenvolvimento do plano de ação. Isso ajudará a garantir que o plano atenda às necessidades e às expectativas de todos os stakeholders;
  4. Implemente o plano de ação e monitore os resultados, a fim de assegurar que o plano esteja sendo eficaz na mitigação dos impactos negativos do negócio.

Além dos passos

Parente também salienta atitudes que precisam ser percebidas pela sociedade em meio às ações de construção de bom relacionamento. “É necessário ser transparente sobre seus impactos socioambientais e sobre as medidas que estão sendo tomadas para mitigá-los; ser proativo e antecipar-se às situações sem esperar que haja um problema para tomar medidas ou providências; e ser flexível e adaptável a fim de garantir que o plano de ação se adeque, conforme o caso. As necessidades e expectativas das partes interessadas podem mudar com o tempo”, alertou.

As sugestões se estendem, inclusive, para empresas que estão no topo em seu segmento de atuação ou que sejam marcas top of mind. Segundo ele, haverá risco de perda de liderança e de abalos significativos na reputação e na credibilidade da empresa se a LSO não tiver uma base sólida, construída com narrativas que sejam legítimas, críveis e que passem mensagem que estejam em linha com os anseios da sociedade.

“Grupos de interesse podem, por meio de imprensa, redes sociais, relações acadêmicas, lideranças locais e ação de ONGs, questionar a atuação da companhia, gerando pressão para, no mínimo, restringir ou fiscalizar com mais atenção o negócio ou a operação. Além da implicação negativa na reputação, poderá haver impacto sobre o retorno dos investimentos realizados, nas vendas, na condução de parcerias, no aumento de custos, na captação financeira e até na viabilização de novas oportunidades de mercado e investimento”, destacou. 

Já direcionar uma trajetória positiva em relação à LSO pode contribuir para melhorar a reputação, atrair e reter funcionários talentosos, encantar clientes, consolidar uma imagem afirmativa, reduzir os custos operacionais e aumentar as vendas e o lucro. “A LSO é um processo contínuo, que requer um compromisso permanente. As empresas que estão comprometidas com os aspectos socioambientais e com uma atuação responsável estão mais bem posicionadas para obter a LSO e para construir relacionamentos positivos com as partes interessadas”, reforçou Parente.

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