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Emily em Paris – uma análise sob o olhar da comunicação

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Se você é assinante da Netflix deve ter visto que a série “Emily em Paris” ficou por muito tempo no Top 1 do Brasil e do mundo. A série, que recebeu duas nomeações ao Globo de Ouro, conta a história de Emily, uma americana que vai à Paris para trabalhar. A série ficou famosa principalmente entre os adolescentes que apreciaram a trajetória romântica. 

Além do roteiro amoroso e belos cenários, o consultor de marketing Carlos Dias, elencou alguns pontos muito interessantes sobre comunicação e marketing expostos na série. E nós trouxemos esses pontos no artigo de hoje.  

  1. Influenciadores. Eles chegaram. Para o bem ou para o mal. E a série trata disso com maestria. Inbound Marketing na veia, para os conhecedores. A mídia tradicional fenece no Brasil e no mundo, mas os influenciadores não. Há uma ascensão avassaladora desta nova maneira de se comunicar com o público, que exige muito trabalho e sensibilidade.
  2. Não importa o que você acha de nada, seu ponto de vista. Ouça o cliente, sempre. Não seja presunçoso, arrogante. Lá pelas tantas, em determinado episódio, a protagonista se vê acuada pelos patrões diante de uma campanha publicitária. Pede o óbvio: vamos ver o que nosso público acha com uma enquete no Twitter. E o jogo vira.
  3. Avalie culturas diferentes e onde seu produto será colocado, principalmente agora durante a pandemia. O grande trunfo da série é mostrar as diferenças entre a cultura francesa e norte-americana. Este é o mote narrativo que permeia toda a história. E a conclusão inexorável de que nem tudo na vida, principalmente no mundo corporativo, é global, preto no branco. Há escalas de cinza que precisam ser respeitadas.
  4. A atriz Lilly Collins explicita de forma inequívoca que não se pode viver ilhado. Conhecer pessoas, networking, ser arrojado nas iniciativas é uma premissa da protagonista. Em um momento em que as vendas das empresas minguam, e o Brasil pontua com o maior número de mortes por covid-19 por dia no mundo, fazer contatos em plataformas digitais pode ser a diferença entre sobreviver ou morrer.
  5. Uma das cenas hilárias da série –sem spoiler– é quando Emily quer ser uma influenciadora digital de uma importante empresária em Paris. E se vê disputando espaço com centenas de influenciadoras com muito mais seguidores que ela. O que fazer? Criatividade, pensar fora da caixa. E dá certo. O que faz pensar sobre audiência quantitativa e qualitativa nas redes sociais em relação ao seu produto e empresa. Trocando em miúdos, mais vale poucos seguidores com poder de compra, decisão, do que milhares que nada somam sem a chamada “conversão digital”.
  6. O politicamente correto é uma via de mão dupla. Esse tema perpassa boa parte da trama. O que é assertivo para o francês não necessariamente é para o norte-americano. A cultura pesa, e muito. E, embora a balança penda para as ideias da protagonista, o lado francês tem sua força. Em outras palavras, não julgue seus produtos, conceitos e sua forma de fazer marketing com o seu olhar somente, seu ponto de vista. Tenha uma visão holística do problema. Sempre.

O consultor também acrescentou quatro opiniões pessoais sobre a série que refletem muito a situação do trabalho atual:

  1. Home office. Chegou para ficar, não há como escapar dessa nova realidade. As agências de comunicação, para lidar com a pandemia, e também as empresas, implementaram o trabalho em casa. Há uma série de implicações de cunho social –e mental– nisto, mas há também algo inexorável: custo. Os CFOs (Financeiro) das empresas estrangeiras e brasileiras se deram conta do óbvio: não são necessários escritórios nababescos e uma infraestrutura logística por vezes abusiva para fazer o trabalho. Já se nota isto, de forma bem sutil, na série.
  2. Lives. Uma saraivada de lives (eventos ao vivo) para tudo quanto é canto. Algumas boas, outras desnecessárias. A própria mídia aderiu ao formato. E as agências de comunicação apressaram-se a expor seus clientes ao público externo e interno. Uma tendência, como os podcasts, que vai perdurar.
  3. Métricas, algoritmos e KPIs. Em bom português, marketing digital que tenha eficiência e seja auditável. Nunca na história os comunicadores tiveram tantas formas de mensurar seus trabalhos. Nunca! E há um admirável mundo novo a ser descoberto. E muito pouca gente de fato qualificada para a tarefa, que requer aprendizado diário, intenso. São raras as empresas brasileiras e agências de comunicação que investem em Business Intelligence. Custa caro. Mas é indispensável quando se observam os resultados. Emily em Paris prova isto.
  4. Comunicação voltada para vendas. Um paradigma em tempos de covid-19. E não há como escapar: se o faturamento cai, fatalmente a comunicação é chamada para redirecionar seus trabalhos. Vendas, vendas e vendas. O instinto de sobrevivência para não fechar as portas das companhias. Marketing institucional, de reforço de marcas, ficou para o segundo tempo.

Via: Poder 360

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